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Co-dependência

Atualizado dia 10/26/2023 1:44:02 AM em Psicologia
por Patrícia Marques Barros


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A co-dependência pode ser definida como uma condição psíquica que leva a pessoa a se envolver em relacionamentos não saudáveis, nos quais o indivíduo é continuamente exposto à opressão. O co-dependente normalmente tem uma convivência não saudável com alguém que tem sérios problemas psicológicos (como o transtorno de personalidade narcisista, por exemplo), problemas de dependência de substâncias ou outro tipo de dependência (jogos, sexo, etc.). A pessoa co-dependente muitas vezes se comporta de maneira a dar suporte para o vicío do outro. Por exemplo, a esposa de um alcoólatra pode dar dinheiro para ele. Em muitos casos o co-dependente suporta um nível de maus tratos que corrói ainda mais a sua autoestima (que tipicamente é baixa) e o(a) fragiliza. Analisando mais profundamente, o “eu” de uma pessoa que é constantemente vítima de abusos é agredido e destruído aos poucos. Inclusive a questão do poder muitas vezes está presente nestes casos. A pessoa que comete abusos psicológicos em relação ao(à) seu(ua) parceiro(a) pode agir deste modo para ter controle sobre o outro e sobre o relacionamento.
A raiz da co-dependência é a baixa autoestima. A pessoa co-dependente não se valoriza e sente a necessidade de ter a validação do outro. Mais: estas pessoas colocam as necessidades e as vontades do outro como prioridades e são negligentes em relação a si mesmos. Adotar como lema a frase “eu em primeiro lugar” é um passo para a mudança. Esta atitude abrange priorizar o próprio bem estar, a evolução pessoal e os próprios interesses. Em outras palavras, manter o foco em si mesmo(a) é essencial. Então com as mudanças pessoais de alguma maneira a situação irá mudar. A pessoa que é vítima de abusos pode decidir terminar o relacionamento, o outro pode não lidar bem com as mudanças do parceiro(a) e decidir por um fim à relação ou (milagre?) o namoro ou casamento pode mudar, melhorar. Mas em certos casos deixar de conviver com o abusador pode ser uma atitude a ser tomada urgentemente. Nestas situações pode ser necessário buscar a Delegacia de Proteção à Mulher e pedir uma ordem judicial restritiva, de proteção.
 
A autoimagem faz parte da autoestima, mas o verdadeiro amor próprio é mais do que isso. Valorizar-se e respeitar-se faz parte da verdadeira autoestima. Um passo para aprender a valorizar-se é libertar-se das avaliações dos outros e das cobranças da sociedade (que é doentia). Afinal, tudo isso não importa. Todos nós temos valor como seres humanos. E como seres humanos todos nós somos imperfeitos, temos defeitos e qualidades. Um insight poderoso é o seguinte: eu tenho valor, com os meus defeitos e tudo o mais que me faz ser quem sou. Isto leva à seguinte reflexão: ninguém tem o poder de me validar. Quanto à autoimagem, os padrões de beleza que existem na nossa cultura fazem com que muitas pessoas tenham uma visão distorcidas da realidade e de si mesmas. É claro que uma pessoa que não corresponde a estes padrões estéticos pode ser bonita, atraente. Muitas pessoas que não são consideradas "bonitas" pelos padrões sociais e inclusive pessoas com deficiências ou sérios problemas de saúde são felizes no amor. Certamente os parceiros destas pessoas os consideram lindos. Tudo depende de como esta pessoa se vê, como ela se sente e como se mostra ao mundo. A atitude é tudo. Por outro lado, pessoas que são consideradas lindas muitas vezes têm relacionamentos conturbados, pois problemas psíquicos levam a relações conflituosas. As vidas amorosas de Marilyn Monroe e Elizabeth Taylor são exemplos disso.
 
A autoestima é a cura para muitos (talvez todos) os problemas psicológicos e é fundamental para que vítimas se recuperem de abusos. Alguns exemplos de afirmações que podemos repetir sempre: Eu sou um ser maravilhoso(a). Eu sou digno(a). Eu tenho valor. Eu me amo. Eu sou maior do que qualquer problema. Eu sou mais do que qualquer coisa que tenha me acontecido. Eu estou acima de tudo isso. Quando a vítima de abusos se sentir empodeirado(a), forte então provavelmente estará pronto(a) para deixar ir embora todos os sentimentos negativos. Em certos casos "deixar ir" pode soar melhor do que "perdoar". Perdoar não significa aceitar o que o outro fez, é simplesmente não se deixar atingir e deixar ir a negatividade. Outra coisa importante: manter o foco no que é positivo. Faz bem lembrar de coisas boas e guardar tudo isso no coração como tesouros. Também é importante procurar vivenciar coisas positivas, guardando mais tesouros dentro de si. Fazer o que se ama, fazer o bem gera sentimentos que são preciosos. Assim é possível dar passos para construir uma nova vida.
 
Outra reflexão importante: o que é o amor? A paixão tem relação com a atração física e com as fantasias que são projetadas sobre o outro. O amor real, maduro é mais do que isso. É desejável que exista atração física, claro. Além disso, é importante que existam afinidades e complementariedades (diferenças pessoais que se complementam). Por mais estranho que isso pareça, ao escolher um(a) parceiro(a) é necessário lançar mão da razão. Afinal, para que eu decida me envolver com alguém é necessário achar que ele(a) é uma boa pessoa. Se eu acho que a pessoa com a qual estou me relacionando não vale a pena isso não é amor, não é verdade? O amor envolve admiração, companheirismo, respeito, encantamento, atração, afeto...

Libertar-se de um relacionamento abusivo normalmente não é fácil e cada um(a) consegue fazer isso no seu tempo. Procurar a ajuda de um profissional qualificado é recomendável e participar de um grupo de ajuda mútua (Mulheres que Amam Demais, Neuróticos Anônimos ou Dependentes de Amor e Sexo Anônimos) pode ajudar muito. Em muitos casos a pessoa emocionalmente dependente pode ser também economicamente dependente do(a) parceiro(a). Nestes casos é ainda mais complicado sair de um relacionamento não saudável. Mas recorrer a um(a) parente, a um(a) amigo(a) ou a uma instituição que acolhe mulheres vítimas de abusos são alternativas para sair de uma situação insustentável. E é claro que é essencial acreditar em si mesmo(a), acreditar que é possível ser independente financeiramente e então partir para a ação. O mais importante é não desistir de si mesmo(a). Cher em uma de suas músicas faz a seguinte pergunta: você acredita na vida depois do amor?
* Eu sei que a vida pode ser realmente vida depois do “amor”.

Para saber mais:

“Co-dependência nunca mais” – Melody Beattie

“Mulheres que amam demais” – Robin Norwood

* “Do you believe in life after love?” - Cher

 
Texto Revisado






 

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